terça-feira, 26 de outubro de 2010

Liu Xiabo/interdisciplinar/inglês

É provável que Liu Xiaobo não saiba sequer que ganhou ontem o Prémio Nobel da Paz. Talvez partilhasse com a mulher a ideia de que nunca o receberia porque dificilmente Oslo iria desafiar a grande potência económica em que a China se tornou.

Mas foi com esse mesmo argumento que os membros do comité decidiram distinguir "o símbolo" da luta pelos direitos humanos no país: o regime tem de acompanhar os avanços económicos com o respeito pelas liberdades fundamentais. O crescimento económico das últimas décadas, "praticamente ímpar na história", tornou a China na segunda economia mundial e tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza, declarou o comité.

"O novo estatuto deve conduzir a maior responsabilidade. "Durante mais de duas décadas, Liu Xiaobo tem sido um grande porta-voz dos direitos fundamentais". O país deveria estar "orgulhoso" pela atribuição do prémio, comentou a mulher do activista, Liu Xia.

Pelas palavras usadas para reagir ao galardão, orgulho é tudo o que não passa pelo regime de Pequim. "É uma obscenidade contra o prémio da paz", reagia o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu. "Liu Xiaobo é um criminoso condenado pelo sistema judicial chinês por ter enfrentado as leis chinesas...

Atribuir o Prémio Nobel da Paz a uma pessoa assim é totalmente contrário aos princípios desses prémio e constitui uma perversão." Pequim insiste que há um Estado de direito e respeito pelas liberdades, tal como a Constituição garante. O caso de Liu, como de dezenas de outros activistas, mostra como há uma linha que não se pode ultrapassar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Aqui...

 
©2007 Imagens Tropa de Elite Por Templates e Acessorios